Entenda mais sobre essa doença na coluna vertebral que acomete pacientes desde o seu nascimento
A cifose congênita é um termo médico para definir um desvio na coluna, responsável por deixar as costas em posição de “corcunda”, levando pacientes a apresentarem, muitas vezes, o pescoço, os ombros e a cabeça muito inclinados para frente.
Os casos de cifose congênita se diferenciam da cifose de adultos, pois podem ser provocadas por uma má formação da coluna vertebral durante o desenvolvimento do feto. Diversas vértebras podem acabar fundidas em conjunto, ou os ossos podem não acabar tendo uma formação adequada. Tal tipo de cifose pode piorar conforme a criança cresce.
Como identificar a cifose congênita
Os futuros pais podem identificá-la ainda durante a fase embrionária, através de uma ultrassonografia materna gestacional. Neste caso, logo no nascimento, pode ocorrer uma deformidade física na coluna da criança.
Nos primeiros anos de vida, conforme a coluna se desenvolve, a deformidade na região das costas pode se agravar. A deformidade conhecida como cifose congênita é pontiaguda. Ou, em termos técnicos, podemos chamar de “raio curto”.
A cifose por sequela de infecção da coluna, como tuberculose vertebral e a neurofibromatose, também podem desencadear um quadro de cifose de raio curto.
Principais sintomas
Além da curvatura na coluna, trazendo o surgimento da “corcunda”, a cifose congênita também pode trazer outros sintomas desconfortáveis, como:
- Dor nas costas, principalmente na região superior da coluna;
- Dificuldades para manter o corpo reto;
- Dificuldades para respirar;
- Fraqueza ou formigamento nos braços e nas pernas.
Como confirmar o diagnóstico
É possível confirmar o diagnóstico da cifose congênita ainda durante a gestação, conforme anteriormente mencionado.
No entanto, no caso de os pais não terem realizado o exame prévio e observarem problemas na coluna ou na postura do filho, bem como os outros sintomas, é recomendada a consulta ao médico.
O ortopedista pode diagnosticar a presença da cifose congênita com base, principalmente, na observação da curvatura da coluna do paciente. Além do mais, o profissional também pode solicitar alguns exames de imagem, como raio-X lateral, para que seja verificado o ângulo de Cobb e, assim, conseguir avaliar a gravidade da deformidade.
Um ângulo normal da cifose torácica pode variar entre 20 e 40 graus, uma vez que não há consenso do valor absoluto. No entanto, é sabido que existe uma necessidade de tratamento quando há mais de 50 graus de cifose. Para tal medida, é preciso considerar o ângulo entre as vértebras C7 e T12.
A pessoa com essa doença pode ver seus sintomas piorarem com o decorrer dos anos, principalmente quando não é feito um tratamento médico adequado.
Outros tipos de cifose
A cifose congênita não é o único tipo existente dessa patologia. Existem também outras variações, com diferentes causas, como má postura e herança genética. Entenda melhor abaixo.
Uma delas é a cifose adquirida, que, como o próprio nome já diz, se manifesta ao longo da vida. Na grande maioria dos casos, a alteração é primária; portanto, não há uma doença adjacente, e costuma estar relacionada aos maus hábitos do paciente.
Em algumas situações, tal doença pode surgir relacionada a outra, conhecida como cifose secundária. Possui uma maior tendência de piora, uma vez que está associada a outros distúrbios, como problemas metabólicos e condições neuromusculares.
Existe ainda a cifose postural, relacionada à alteração da coluna em razão de maus hábitos do dia a dia. Apesar de produzir alterações, essa doença não costuma comprometer a estrutura das vértebras.
Em razão disso, o paciente acaba conseguindo reverter o quadro, na maioria das vezes, com sessões de fisioterapia. No entanto, o problema pode acabar se tornando estrutural quando não tratado.
Por fim, devemos citar ainda a Doença de Scheuermann. Existe uma relação íntima entre esse problema e a cifose. Também chamada de osteocondrose infantil, essa patologia é rara e afeta a coluna vertebral, provocando a deformidade da curvatura.
Uma vez que a região mais afetada é a do tórax, essa doença cria no paciente uma alteração parecida com a cifose, deixando-o um pouco inclinado para frente.
A cifose é um problema mais comum em mulheres; já a Doença de Scheuermann afeta mais os homens, com idades, em geral, entre 10 e 20 anos. Outros sintomas, além da alteração na coluna, podem ser dores nas costas e limitação da flexão da coluna, por exemplo. Ainda não se sabe a causa exata do surgimento da patologia, mas o fator genético é uma das grandes apostas.
Tratamento para cifose congênita
Existem algumas alternativas de tratamento para quem sofre com cifose congênita. Tais opções variam de acordo com alguns aspectos, como:
- Idade do paciente;
- Sua condição física;
- Causa da curvatura;
- Grau de deformação;
- Risco de progressão;
- Severidade dos sintomas associados à cifose.
Dentre as opções de tratamento, podemos destacar a observação, o exercício fisioterapêutico, a RPG – reeducação postural global –, o uso de coletes ou a intervenção cirúrgica.
Os coletes, conhecidos como Milwaukee Brace, são frequentemente utilizados para curvas torácicas, com ápice acima de T8. Eles se estendem desde o pescoço até a pelve e consistem em uma cintura pélvica de plástico, moldada aos contornos dos corpos, e um anel que se estende até o pescoço, interligados por barras de metal na frente e atrás.
Os coletes são recomendados para pacientes com cifoses abaixo de 70 graus, mas que apresentam potencial de crescimento – como adolescentes, ainda em fase de crescimento. Seu uso é contínuo – 23 horas por dia.
Por fim, para a resolução da cifose congênita existe um tratamento cirúrgico, reservado para curvas graves e em situações em que as alternativas não-cirúrgicas não conseguiram trazer alívio dos sintomas por um período razoável.
A cirurgia de cifose é uma correção da deformidade por meio da instrumentação da coluna vertebral, bem como a fusão da porção envolvida da coluna, como forma de evitar sua progressão.
A opção por um tratamento cirúrgico para cifose congênita é uma situação que deve ser avaliada, cuidadosamente, pelo médico. Alguns fatores precisam ser considerados, como a condição física e a saúde em geral do paciente.
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Fontes: