Problema é mais comum em adolescentes e, em especial, nas meninas. Dependendo do caso, o tratamento pode ser cirúrgico
A escoliose cervical é um desvio lateral que ocorre na coluna fazendo com ela passe a ter a forma de um C (quando a curva se forma em um dos lados) ou S (nos dois lados). Apesar de a escoliose ser mais comum em jovens e adolescentes, as crianças também podem ser afetadas.
É importante destacar que o termo “escoliose cervical” não é o mais adequado para definir o problema, uma vez que a cervical é uma região da coluna. O nome mais correto para este problema é escoliose vertebral ou apenas escoliose.
Em 70% dos casos, a causa da escoliose cervical é desconhecida. Porém, acredita-se que ela possa ter origem:
- Neuromuscular, ou seja, causada por sequelas de doenças neurológicas, como a poliomielite ou paralisia cerebral;
- Genética: causada por uma má-formação dos ossos da coluna vertebral (vértebras) ou por um problema de fusão dos ossos da coluna;
- Pós-traumática: quando a pessoa sofre um acidente, por exemplo.
Carregar bolsas e mochilas pesadas não é uma das causas da escoliose cervical.
Os principais sintomas da escoliose cervical são:
- Ombros ou quadris que parecem assimétricos;
- Coluna vertebral encurvada anormalmente para um dos lados;
- Sensação de cansaço nas costas;
- Uma perna mais curta que a outra;
- Dor ou desconforto muscular.
Fatores de risco da escoliose cervical
Embora a escoliose cervical, na maioria das vezes, não tenha uma causa conhecida, existem alguns fatores de risco que parecem tornar algumas pessoas mais suscetíveis ao encurvamento da coluna, como:
- Idade: os primeiros sinais e sintomas surgem entre os nove e os 15 anos;
- Sexo: meninas são mais afetadas pela escoliose cervical;
- Histórico familiar: o problema é mais comum entre membros de uma mesma família que possua antecedentes da deformidade.
Consequências da escoliose cervical
A escoliose cervical pode prejudicar diversos órgãos do corpo, pois força as vértebras a realizarem uma rotação. Quando ela ocorre no tórax, por exemplo, a rotação pode resultar em protuberância da costela no lado oposto da curva. Em casos mais graves, pode até comprometer o pulmão e o coração. A torção também causa uma assimetria entre as orelhas, ombros, caixa torácica e pelve, o que pode prejudicar o equilíbrio do tronco da pessoa, fazendo-a caminhar inclinada para o lado.
Além de problemas estruturais e de equilíbrio, a escoliose cervical também pode gerar dor na coluna lombar ou no tórax, normalmente mais intensa nas posições sentada ou em pé; problemas respiratórios; falta de flexibilidade e rigidez.
Tratamento da escoliose cervical
A escolha do tratamento adequado depende da causa da escoliose cervical, da localização e do tamanho da curvatura. Além disso, o médico também faz uma estimativa sobre o quanto o paciente ainda deve crescer. Quando não há sintoma de dor e a curvatura é menor que 20 graus, o médico apenas faz acompanhamento. Curvas acima de 20 até 30 graus são tratadas com fisioterapia e complementadas com: pilates clínico, técnicas de manipulação vertebral, osteopatia e reeducação postural.
Se a curvatura for maior (acima de 30 graus), é recomendado o uso de órteses (coletes) para evitar que a curva se acentue. O colete não reverte a curvatura da coluna e deve sofrer ajustes conforme a criança vai crescendo. Em geral, são utilizados mecanismos de pressão para alinhar a coluna vertebral dentro do aparelho para evitar a progressão da deformidade.
Uma opção que pode ser considerada é a realização de cirurgia, mas a decisão do momento apropriado para se operar a coluna varia. Após os ossos do esqueleto cessarem o crescimento, a curvatura não deve se agravar muito, por isso há especialistas que preferem aguardar até que os ossos parem de crescer.
Se a curva for maior que 40 graus ou estiver se agravando rapidamente, o procedimento cirúrgico é a única opção. Ele corrige a curvatura e fixa os ossos no lugar com uma ou duas hastes de metal presas com ganchos e parafusos até que o osso seja recuperado. A cirurgia é feita por meio de um corte nas costas, no abdômen ou abaixo das costelas. Dependendo do caso, o médico pode indicar o uso de uma órtese para estabilizar a coluna vertebral após a operação.
É importante que a escoliose cervical seja identificada e tratada de acordo com a orientação do ortopedista para evitar o desenvolvimento de sintomas ou complicações.
Fontes: